quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Geraldo Cruz

2 comentários:

Anônimo disse...

Com meu olhar de mato achei teu olhar mano velho geraldo - grupo terra das antigas, cantigas, peças de teatro... mano gostei do teu olhar, do teu blog, saber que voce está bem. Mando pra voce um poema que fiz para a ultima ararinha azul que desapareceu. Abraços poeticos. Lembranças pra PVH.Meu E-mail é luiefmm@uol.com.br meu blog é lui-alfredo.blogspot.com

Anônimo disse...

Asas azuis sem vôos no céu anil
cortadas da Terra azul
extintas das orações da natureza
apagadas das canções dos pássaros
consumida pelas chamas dos metais
pela falta dos poemas canto de amor
pelo fluxo do capital
que apagou teu encanto azul
ave morta silenciada exangue
separadas dos seus irmãos esverdeados
suas irmãs avermelhadas e outras azuis
da floresta da caatinga do mangue
do seio da terra encarnada azulada
não respinga mais teu cantar no sol
no sereno do luar já não espelha
gritos em revoadas calados
teu olhar arregalado não centelha
sem ninho teu futuro ficou órfão
restou apenas tua cientifica descrição
agora um desenho animado
algumas fotografias e esta recordação
sem poemas do exílio ficaram as palmeiras
porque você foi embora e não voltou
o arco-íris ficou triste e perplexo
sem o azul do teu semblante radiante
sem o cantar amarelo da tua aurora
outrora espalhados pelo ar como nuvens
sobre o rio encantado de peixinhos coloridos
jacintos azuis nos jardins da natureza
pedras azuis no seio da terra violeta
mas a mata ficou sem a ararinha azul
ausência de cor ficou a mata turquesa
melancólica a flor selvagem misteriosa
não quis mais amar frutificar
enlouquecido o colibri não quis oscular
amargo ficou o doce mel sem asas e pétalas
exilado o tucano quase morreu na samauma
houve diáspora das borboletas revoadas
e aquela semente nunca mais floresceu
foi embora o Dodo
agora a ararinha azul.

Luiz Alfredo – poeta.